Além de ser uma doutrina econonômica, é uma ideologia que objetiva o desenvolvimento do ser humano, das famílias e da comunidade. Tem como base a ajuda mútua, a ação em conjunto e a busca de um resultado útil e comum a todos.
O cooperativismo é encontrado desde a Antiguidade, quando os homens já demonstravam tendência a viver em grupos para defenderem os interesses comuns na caça, pesca, agricultura, entre outros.
Mas o Cooperativismo Moderno surgiu junto com a Revolução Industrial, como forma de amenizar as desigualdades econômicas e sociais que assolavam a classe trabalhadora naquela época.
Diversos movimentos de cooperação foram conduzidos na Inglaterra e na França por idealistas como Robert Owen, Louis Blanc, Charles Fourier, entre outros. Considerados os precursores do cooperativismo, defendiam propostas baseadas nas ideias de ajuda mútua, igualdade, associativismo e auto-gestão.
Mas foi em 21 de dezembro de 1844 no bairro de Rochdale, em Manchester (Inglaterra), que 27 tecelões e uma tecelã fundaram a "Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale", um pequeno armazém, com um capital inicial de 28 libras, representando uma libra que cada um do grupo havia economizado.
Descontentes com o novo modelo industrial que substituiu o trabalho artesanal, os tecelões buscavam naquele momento uma alternativa econômica para atuarem no mercado frente ao capitalismo ganancioso que os submetia a preços abusivos, exploração da jornada de trabalho de mulheres e crianças (que trabalhavam até 16h) e do desemprego crescente advindo da revolução industrial.
Assim nasce a primeira cooperativa de consumo da história, mudando os padrões econômicos da época e dando origem ao movimento cooperativista.
Logo no primeiro ano de funcionamento o capital da sociedade aumentou para 180 libras e cerca de dez anos mais tarde o "Armazém de Rochdale" já contava com 1.400 cooperados. O sucesso dessa iniciativa passou a ser um exemplo para outros grupos.
O cooperativismo evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de pensar o homem, o trabalho e o desenvolvimento social.
Pinheiros: Símbolo da imortalidade e da fecundidade pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade na sua multiplicação. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a força e a capacidade de expansão.
Círculo: Representa a eternidade, pois não tem horizonte final, nem começo, nem fim.
Verde: Lembra as árvores - princípio vital da natureza e a necessidade de se manter o equilíbrio com o meio ambiente.
Amarelo: Simboliza o sol, fonte permanente de energia e calor.
Assim nasceu o emblema do cooperativismo: um círculo envolvendo dois pinheiros, indicando união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos.
O cooperativismo possui uma bandeira de cor branca e tem o logotipo da ACI (Aliança Cooperativa Internacional) localizado no centro, do qual emergem pombas da paz, representando a unidade dos diversos membros da ACI. Possui ainda um arco-íris, representado em seis cores e a sigla ACI impressa na sétima cor: o violeta.
Cada uma das cores presentes na bandeira tem um significado próprio.
Vermelho: Coragem.
Laranja: Visão de possibilidades do futuro.
Amarelo: Desafio em casa, na família e na comunidade.
Verde: Crescimento tanto do indivíduo como do cooperado.
Azul: Horizonte distante, a necessidade de ajudar os menos afortunados, unindo-os uns aos outros.
Anil: Necessidade de ajudar a si próprio e aos outros através da cooperação.
Violeta: Beleza, calor humano e amizade.
Os princípios do Cooperativismo são as linhas orientadoras da prática cooperativista:
ADESÃO VOLUNTÁRIA E LIVRE
As cooperativas são organizações voluntárias, abertas à participação de todos, independentemente de sexo, raça, classe social, opção política ou religiosa. Para participar, a pessoa deve conhecer as normas de funcionamento e decidir se tem condições de cumprir os acordos estabelecidos pela maioria.
GESTÃO E CONTROLE DEMOCRÁTICO DOS SÓCIOS
As cooperativas são organizações democráticas, controladas por seus associados, que participam ativamente na fixação de suas políticas e nas tomadas de decisões. Os cooperantes, reunidos em assembleia, discutem e votam os objetivos e metas do trabalho conjunto, bem como elegem os representantes que irão administrar a sociedade. Cada associado representa um voto, não importando se alguns detenham mais cotas do que outros.
PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA DOS MEMBROS
Todos os associados contribuem igualmente para a formação do capital da cooperativa, o qual é controlado democraticamente. Se a cooperativa é bem administrada e obtém uma receita maior do que as despesas, esses rendimentos serão divididos entre os sócios, na proporção em que cada um operou com a cooperativa. O rendimento poderá também ser destinado para investimentos na própria cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada na assembleia.
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA
As cooperativas são autônomas, organizações de autoajuda, controladas por seus membros. Qualquer acordo firmado com outras organizações e empresas deve garantir e manter essa condição. A autonomia assegurada pela constituição brasileira concede às cooperativas a liberdade de gerar seus próprios destinos.
EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO
É objetivo permanente da cooperativa fornecer educação e treinamento aos seus sócios, aos representantes eleitos, aos administradores e empregados, capacitando-os para a prática cooperativista e para o uso de equipamentos e técnicas no processo produtivo e comercial. Ao mesmo tempo, buscam informar o público sobre as vantagens da cooperação organizada, estimulando o ensino de cooperativismo nas escolas.
INTERCOOPERAÇÃO
As cooperativas servem seus associados mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativista, trabalhando juntas, através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
INTERESSE PELA COMUNIDADE
As cooperativas trabalham para o bem-estar e para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através da execução de políticas aprovadas por seus associados. Esses princípios constituem a base do cooperativismo praticado em todos os países, inclusive no Brasil, onde a Lei 5764, de 16 de dezembro de 1971, regulamenta seu funcionamento.
- Utilizar os serviços prestados pela cooperativa;
- Tomar parte nas assembleias gerais, discutindo e votando os assuntos que nelas forem tratados;
- Propor ao Conselho de Administração e às Assembleias Gerais as medidas que julgar convenientes aos interesses do quadro social;
- Efetuar, com a cooperativa, as operações que forem programadas;
- Obter, durante os trinta dias que antecedem a realização da assembleia geral, informações a respeito da situação financeira da cooperativa, bem como sobre os balanços e os demonstrativos;
- Votar e ser votado para cargos no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal;
- No caso de desligamento da cooperativa, retirar o capital, conforme estabelece o Estatuto.
- Integralizar as quotas-partes de capital;
- Operar com a cooperativa;
- Observar o Estatuto da cooperativa;
- Cumprir fielmente com os compromissos em relação à cooperativa;
- Respeitar as decisões da Assembleia Geral e do Conselho Diretor;
- Cobrir sua parte, quando forem apuradas perdas no fim do exercício;
- Participar das atividades desenvolvidas pela cooperativa.
Não há desligamentos programados para esta data.